quarta-feira, 29 de junho de 2011

Algo mais...

  E depois de tanto tempo sem nada escrever eis-me de novo aqui. Pois é algumas coisas mudaram e outras mantiveram-se, em breve parto para outras terras em busca de algo mais na minha vida. A verdade é que a gordura que sempre fui acumulando foi e sempre será uma máscara que uso contra  mundo e as oportunidades que este me proporciona, sem ela fico despida, insegura e vulnerável ao mundo. Isso pode assustar imensamente, lembro-me de há algum tempo me dar conta do quão confortável pode ser ter tantos quilos, ninguém se aproxima, ninguém se interessa e ninguém quer saber, somos quase invisíveis, passamos pelo mundo sempre observados, mas sem nunca despertarmos interesse e de alguma forma isso pode ser reconfortante. Quando o nosso aspecto muda não signica que nós mudemos com ele até porque é muito mais fácil mudar a forma como aparentamos do que é mudar quem nós somos e então parecemos ser outra pessoa quando na realidade somos exactamente a mesma, com as mesmas inseguranças, os mesmo defeitos, as mesmas incertezas e dúvidas. Olhamos o espelho e não entendemos muito bem o que o reflexo nos mostra, serei eu? Parece-se comigo mas de alguma forma não a reconheço. Todos dizem, estás tão gira nem pareces a mesma, ficas tão bem, se te visse na rua nem te reconhecia, comentários banais que recebemos, calculamos o seu valor e verificamos que alguns são sinceros e outros simplesmente cordiais.     
  Mas nisto tudo muitas portas se abrem e quando as oportunidades são muitas começamos a sentir-nos inseguros e incertos do que fazer, anteriormente tinha apenas algumas opções agora tenho uma imensidão delas e não sei bem como proceder. na verdade somente deixei de ser obesa há cerca de ano e meio e ainda me estou a acostumar a certos aspecto do meu corpo como por exemplo eu poder ver os meus tendões, os meus tornozelos, poder ver diferentes ossos que sabia existirem no meu corpo mas que nunca tinha visto, são esses pequenos pormenores que nos vão ajudando a acreditar que de facto estamos menores, que o manto se vai desvanecendo e nós próprios subimos à tona. E agora depois de tanto tempo com a minha vida em standby, a encontrar desculpas sem sentido para não fazer isto ou aquilo, decidi tomar as rédeas da minha vida e realizar uma verdadeira mudança, concretizar algo que já uma vez tinha tentado mas que não tinha resultado. Vou sair de Portugal viver noutra terra, com outra língua, outros costumes e outra cultura. Mudar a perspectiva que tenho do mundo e, esperançosamente, de mim mesma. Conquistar ainda mais terreno de quem eu sou e do que quero para mim, abranger mais ainda a liberdade que tenho vindo a colectar desde que inciei este processo.
  Bom por agora é tudo espero não ter sido demasiado aborrecida.