De volta! Nos últimos dias tenho aumento em 200% o meu exercício físico, quero muito aumentar a minha massa muscular, mas também a minha condição física e, já que aguardo a saída do país nada melhor que aproveitar esta oportunidade para fazer algo por mim. Contudo nem tudo são rosas, vejo que a ansiedade da aproximação do dia da partida me aumenta o desejo por comidas menos adequadas a quem quer melhorar a sua condição física e se vou ao supermercado e vejo uma promoção irresistível, como por exemplo dois pacotes de bolachas com pepitas de chocolate pelo preço de uma, penso, resisto por algum tempo, mas tarde ou cedo volto aonde se encontra o artigo em promoção e levo-o comigo. Depois digo a mim mesma, vou comer somente duas bolachas por dia, só posso comer duas por dia, levo um dos pacotes comigo e o outro vou comendo lentamente. Qual quê! Vou resistindo por uma hora, duas, três, mas chegando a quarta está tudo estragado, digo a mim mesma que vou comer só uma e realmente como-a, mas meia hora depois como mais uma e depois outra. Digo a mim mesma que amanhã já não como nenhuma, no entanto no dia seguinte para além de comer o mesmo que tinha comido anteriormente como mais uma ainda e na realidade passaram-se 6 dias talvez desde que compreia os dois pacotes, num total de 24 bolachas e já tudo desapareceu. Oh vida! Digo a mim mesma que não tenho necessidade absolutamente nenhuma de me autodestruir desta maneira todos os dias, mas se sei exactamente o que estou a fazer porque continuo a fazê-lo? Porque será que me odeio assim tanto ao ponto de querer apenas ser o que sempre fui, é ridículo e muitas vezes esta minha inaptidão para me manter apenas com aquilo que sei ser saudável para mim, aquilo que sei que é o essencial para o meu bem estar irrita-me mais que tudo. Depois obrigo-me a executar exercícios físicos durante tantas horas quanto o necessário, há mais de uma semana que pratico em média duas a três horas de exercício físico, e quando digo exercicio físico não em refiro a uma caminha, nem a uns passinhos para a direita e outros para a esquerda, refiro-me a exercícios cardio bem poderosos, musculação que me leva aos limites, de tal forma que o simples acto de me sentar na sanita e voltar a levantar faz todos os meus músculos gritarem. É RIDÍCULO ter de me submeter a esta rigidez considerando que se comesse como deveria teria apenas de me exercitar uma vez por dia e perder peso normalmente. De alguma forma vou ter de encontrar uma forma de abrir os meus próprios olhos e realmente constatar que eu mereço ser saudável, mereço a vida que que um corpo normal me pode proporcionar, que devo ser confiante em mim mesma, porque tenho qualidades e sei que as tenho, mas toda a vida me foi dito que não as tinha e torna-se difícil realmente aceitar quem me tornei e quem contruí apesar de tudo o que me foi dito, a tudo o que fui submetida durante os primórdios da minha criação.
Na realidade a falta de limites, de estrutura, de apoio e afecto contruiram o ser instável que sou, passeia a minha vida a criar paredes, redomas que me isolassem e protegessem do resto do mundo, porque quando somos tremendamente magoados por aqueles que mais nos devem amar e proteger, acabamos por nos defender como podemos. É difícil criar laços verdadeiros porque tememos a constante decepção, a mágoa e a dor. Quando sabemos cedo o que é a dor e quando esta nos acompanha por muito tempo, se finalmente arranjamos forma de não sentir dor, mágoa, talvez consideremos eliminar os sentimentos que possam proporcioná-la, mesmo que isso signifique que nunca iremos amar, que nunca iremos experimentar sentimentos que tantos asociam à felicidade. Provavelmente nunca irei amar, não sei se valerá a pena a dor e o sofrimento que do amor pode advir.
Bom vou fazer kenpo, suar muito tomar um belo banho e dormir o sono dos justos.
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