Como segundo post vou falar-vos de algo que ainda hoje me desaponta profundamente. Durante todo o tempo em que fui obesa nunca deixei ninguém aproximar-se, com ninguém estou a falar do sexo masculino, não me sentia preparada para me expôr fosse de que forma fosse, e depois do primeiro ano de cirurgia deparei-me com a vontade de me envolver com alguém, experimentar algo que ainda não tinha sentido, cmo curiosa que sou seria terminantemente impossível para mim deixar algo assim passar por mim sem nunca sequer considerar como será. Contudo a atenção depositada pelo sexo masculino em mim pareceu-me estranhamente incómoda e irritante. Eles são tão fúteis e básicos que às vezes quase sou capaz de gritar. O que mudou em mim para além do meu aspecto físico, não muito, continuo a ser a mesma pessoa independente e rebelde, com ideias sobre tudo que acha que tem sempre razão e que raramente dá o braço a torcer, que sabe aproveitar as oportunidades ao seu alcance, e acreditem que não sou parva e percebo perfeitamente que este mundo foi feito para quem se enquadra nos padrões de beleza, então porquê tanta atenção assim do nada? Achei insultuoso e embora tenha saído umas vezes decidi deixar de lado por um tempo, fiquei farta dos encontros sem proósito com tipos que muitas vezes se sentem intimidados por quem sou e que mal sabem dizer duas frases, não procuro amor, nem sei se está dentro das minhas capacidades senti-lo, queria apenas experimentar algo de novo, algo que pudesse trazer algo de novo à minha vida, algo que ajudasse a quebrar a minha rotina.
Bom este foi um dos sentimentos, consegui mais ou menos ultrapassar isso e passar simplesmente a divertir-me, a deixar "rolar", mas continuo a aborrecer-me de morte, os homens não sabem ser interessantes, bah!!!
Outros sentimentos:
Quando perdemos peso ao ponto de nos tornarmos apenas mais uma formiga na sociedade a nossa vida muda e muito, podemos fazer o que queremos, já ninguém olha para nós de forma diferente e as nossas credenciais e habilidades realmente têm valor. Isso aconteceu comigo. Antes nem como empregada de limpeza me queriam, agora basta-me ir à entrevista que sou seleccionada. A hipocrisia da sociedade é algo que me trasntorna profundamente e me assusta, porque se algum dia entrar em depressão novamente e voltar a ganhar todo o peso que já perdi voltarei a ser uma pária da sociedade, deixarei de poder prover para mim mesma, voltarei a ser dependente e isso é algo que não quero, nunca mais. Ser capaz de trabalhar para mim, ganhar para mim é algo maravilhoso e não quero perder isso jamais.
Agora que tenho um certo nível de liberdade tenho também vontade de explorar novos aspectos da minha vida, de ir mais longe, fazer mais, viver, porque na verdade olho para trás e vi que não fiz nada ainda, que a minha vida passou num flash e que eu passei por ela suspensa a aguardar nem sei eu bem o quê, agora posso ir mais além, ser quem sempre quis ser, fazer o que sempre quis fazer e a única pesso no meu sou e sempre fui eu mesma, cabe-me a mim dar o primeiro passo, seja ela para a frente ou para trás. Quem comanda a direcção sou eu e apenas eu.
Como controlar a fome mental que está sempre presente e que sempre estará? Como identificar quando estou MESMO com fome ou quando esta não passa de engodo para satisfazer um desejo qualquer de gula, um sentimento menos bom, um sentimento de rejubilo ou puro aborrecimento?
Não há uma forma concreta de o fazer, mas quando passamos muito tempo a refletir em nós mesmos vamos adquirindo certas capacidades, vamo-nos conhecendo melhor e isso de certa forma auxilia a maneira como interpretamos a forma como vivemos, pensamos e agimos. Quem tem um obcessão compulsiva necessita de terapia psicológica ela é fundamental para a criação de métodos que ajudem a controlar os impulsos que nos levam a actuar de forma menos saudável para nós mesmos, no entanto não é fácil falar com alguém que não nos conhece, por mais profissional que essa pessoa seja, continua a não ser fácil. O facto de escrever este blog já é uma forma de libertação, uma maneiro meio assertiva de me impor e de me exprimir de forma a realizar que afinal também tenho a capacidade de dizer o que penso e o que sinto, mesmo que de forma anónima, quem sabe se este não é uma laje na etapa que me levará para o caminho da assertividade? Afinal tudo conta quando estamos em fase de cura do nosso ser.
Por agora é tudo, talvez até tenha sido demais. Outro post em breve, sobre um outro assunto :)!
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